Minha nova tribo

Minha nova tribo




Eu andei com a tribo errada a vida toda. Via crianças pequenas chorando, com nariz escorrendo, mendigando atenção e correndo atrás de mães ocupadas em eventos da tribo, e nessa tribo aprendi que disciplinar é o mesmo que castigo físico, mas no fundo eu sabia que tinha algo errado nisso. Aí mudei de tribo e fui a um evento com muitas mães e suas crias, alguns bebês de seis meses ou menos, vários de um ano, crianças de várias idades, e então entendi o sentido da vida. O evento era em local público, em uma calçada grande, em pleno centro da cidade, em dia útil. E eu não vi uma só criança chorando, implorando atenção. As bem pequenas estavam grudadas nas mães dentro de slings, e as mães conversavam, militavam, com os bebês aconchegados, sem chorar, mamando em livre demanda. Vi apenas uma bebê de um ano e meio que deu uma choradinha rápida porque a mãe levantou da canga na calçada e deixou a bebê sentadinha, mas quando a bebê chorou, a mãe correu e pegou no colo e a consolou. E outras crianças maiores brincavam, lanchavam, participavam. E não vi uma só mãe, e eram muitas, uma só dar um grito, brigar, xingar, bater nas suas crias durante as várias horas do evento. Nunca, em toda minha vida vou conseguir esquecer aquelas cenas. E essa agora é a minha tribo!!!!!!!

Chega de violência! Denuncie, ‎disque 100‬.4 de junho - Dia Mundial das Crianças Vítimas de Agressão ou Dia Internacional das Crianças Vítimas Inocentes da Violência e Agressão, como é chamado pela ONU.

" 'Mas tem criança que só aprende apanhando'. Não, o que você quer dizer é que 'tem adulto que só ensina batendo'."

"Por isso os argumentos falhos, de gente ferida, de gente que pensa que se tornou uma boa pessoa PORQUE apanhou, quando na verdade se tornou uma boa pessoa APESAR de ter apanhado."